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Baterista do RPM, Paulo P.A. Pagni morre aos 61 anos

24/06/2019

O baterista da banda RPM, Paulo P.A. Pagni, morreu aos 61 anos, na manhã de sábado (22), em Salto, interior de São Paulo. O músico foi vítima de uma insuficiência respiratória e broncopneumonia, segundo o Hospital São Camilo, onde ele estava internado desde o dia 14 de maio.

P.A. foi velado em Araçariguama, neste domingo (23), cidade onde vivia, no estado de São Paulo. Amigos, familiares e os atuais integrantes da banda, Luiz Schiavon, Fernando Deluui e Dioy Pallone, compareceram para dar um último adeus ao baterista.

Paulo P.A. Pagni estava na banda desde 1985 e ingressou no RPM durante as gravações do álbum de estreia, “Revoluções Por Minuto”. Veja o post que o grupo de rock fez, no Instagram, em homenagem ao baterista:

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Nosso querido amigo P.A resolveu definitivamente descansar de sua brava luta pela vida. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Partiu hoje em decorrência do agravamento das suas condições respiratórias devido a forte pneumonia que o atingiu. Ele estava internado no Hospital São Camilo, da cidade de Salto/SP, há mais de um mês. Fomos pegos de surpresa e tomados pela tristeza quando soubemos de sua partida à pouco. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Temos o compromisso doloroso, porém imprescindível, de fazer o show dessa noite. Por vários motivos e pela honra de nosso irmão, sempre apaixonado pelo seu trabalho e extremamente profissional. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Estamos em Garopaba/SC, temos a responsabilidade de tocarmos e darmos nosso melhor perante uma plateia estimada em 20.000 pessoas, em respeito à eles, à Prefeitura local que nos contratou e em coerência ao nosso profissionalismo, onde poderemos prestar uma homenagem ao nosso companheiro eterno de estrada que estará com certeza sempre ao nosso lado. Conseguimos antecipar nosso retorno para SP, e isso nos deixará em condições de estarmos presentes à ele pela última vez neste domingo pela manhã. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Neste momento de dor e de uma certa fragilidade pela perda de uma pessoa tão querida e próxima, estamos buscando forças para não deixar que nada falte para honrar nosso amigo, prestando apoio de todas as formas e providenciando todos os trâmites para que ele possa ser dignamente sepultado ao lado de seus pais em Araçariguama/SP. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Pedimos à todos orações e bons pensamentos para que sua passagem para outro plano seja a melhor possível. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ R.I.P Paulo Antonio Figueiredo Pagni – 01.06.1958 / 22.06.2019 ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Fernando Deluqui, Luiz Schiavon e Dioy Pallone

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O ex-vocalista e fundador do RPM, Paulo Ricardo, fez também uma postagem para o antigo colega de banda. Confira a seguir:

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Até em sua morte Paulo Antônio Figueiredo Pagni, o PA, personificou como ninguém o espírito do Rock'n'roll. Intenso, incansável, onipotente, superlativo, um super-herói sem superpoderes, um garoto inquieto que quando conheci tocava em nada menos que cinco bandas. Nos primeiros ensaios decidimos batizá-lo de PA, pois quando alguém chamava "Paulo!", ambos respondíamos. Como Obelix, personagem de quadrinhos francês, parceiro de Asterix, de Uderzo e Goscinny que quando bebê caiu no caldeirão da poção mágica do druida Panoramix, nada parecia afetá-lo. Tudo ao mesmo tempo agora. Filho único e temporão de Orestes e Aparecida, era incrivelmente musical e poderia ter escolhido qualquer outro instrumento mas sem dúvida a bateria foi a escolha perfeita pra canalizar tanta energia. Desde o começo ficamos muito amigos e dividimos muitas viagens e quartos de hotéis. Quase morreu de pancreatite durante nossa viagem a Los Angeles em abril de 1988 para mixar o CD Quatro Coiotes mas felizmente consegui interná-lo a tempo no hospital Cedars-Sinai e ele escapou com sequelas que o obrigaram a pegar mais leve a partir dali. Geminiano, depois do fim do RPM tocou com muita gente e formou bandas que iam do heavy metal, como o MAPA, até o reggae e a MPB, como o Tchucbanjionis, e dividia seu tempo entre o estúdio Santuário e seus incontáveis sheep dogs. Com a morte de seus pais ficou praticamente sozinho, sem filhos ou mulher que o pusesse na linha, e trocou a casa no Ibirapuera por um sitio em Araçariguama onde vivia cercado de animais como um dr. Doolittle tupiniquim. Ainda trabalhamos juntos no projeto indie PR5 e em 2011 o RPM voltou para seu último trabalho, o CD e a turnê Elektra, que se encerrou em 17 de março de 2017 no cruzeiro Energia na Véia, e por um capricho do destino foi ali, no palco, a última vez que nos veríamos. Fica a lembrança de um grande irmão, grande baterista, de enorme musicalidade, amante da natureza e dos animais e sem dúvida nenhuma um dos caras mais Rock'n'roll que o Brasil já conheceu, e que deve ser lembrado assim, em sua melhor forma, como nessa foto nos camarins do meu show no Rock in Rio II, em janeiro de 1991, no Maracanã. Descanse em paz, Gnomo! 🙏🏻💙

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Fonte: Vagalume

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