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Daniel cantará covers em nova turnê e diz que sente falta do rock nacional
O cantor Daniel sempre teve vozeirão de crooner. Faltava apenas usá-la para interpretar clássicos nacionais de compositores como Jessé, Peninha, Márcio Greyck, José Augusto, Tim Maia, Lulu Santos e Guilherme Arantes. A oportunidade surgiu no final do ano passado, quando ele gravou em sua cidade o DVD “Daniel in Concert – Em Brotas”, que será lançado no segundo semestre deste ano.
No próximo dia 11 e 12, Daniel levará o show para o Tom Brasil, em São Paulo, e nos dias 2 e 3 de outubro, para o Vivo Rio, no Rio de Janeiro. “Batizamos a apresentação de ‘Trilha Sonora’ porque vou cantar as músicas que fizeram parte da minha história”, disse Daniel ao UOL (veja detalhes do show).
Para deixar a apresentação com jeitão dos grandes shows do passado, Daniel contratou uma big band que o acompanhará no palco. “São músicas que fizeram parte da vida de todos, aquelas que cantamos nas rodas de violão com os amigos”, diz. “Tive a ideia de fazer o projeto porque eu queria contar a minha história e tinha que ser em Brotas”, explica. A gravação do DVD contou com a participação de amigos como Sérgio Reis, Renato Teixeira, Roberto Leal e Carlinhos Brown.
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Daniel contou que ficou muito amigo de Carlinhos Brown e Lulu Santos depois de dividir a bancada de jurado com eles no “The Voice Brasil”. “Gravei ‘Assim Caminha a Humanidade’ e ‘Apenas Mais Uma de Amor’, do Lulu, e ele adorou”, contou. “Nunca tinha tido muito contato com o Carlinhos, mas hoje somos grandes amigos. Sempre apreciei o trabalho social dele”.
O cantor disse que encarou com naturalidade a sua saída do “The Voice Brasil” para dar lugar a Michel Teló. “Eu me apego as coisas, mas não sofro. Sou saudosista. Gosto de lembrar das coisas boas. Foram três ótimos anos. Acho que atingi o que queria lá no ‘The Voice'”, conta. “Foi uma saída harmoniosa. O Michel vai honrar aquela cadeira”.
Preconceito
O novo trabalho de Daniel, no entanto, está distante de seu estilo musical característico, o sertanejo –e esta foi a intenção do cantor. “A música é mutável ao longo dos anos. O sertanejo atual tem samba, axé, country americano, forró. Tive a honra de gravar hits lá atrás que hoje foram regravados de maneira diferente por esses meninos. Acho que eles fortaleceram o gênero e atraíram um público maior que nós não tínhamos conseguido, principalmente no Rio de Janeiro”.
Para o artista, a única coisa que ele não gosta é de trabalho mal feito e elogiou os novos sertanejos. “O Brasil é uma mistura de raças, credos e estilos. A dupla Jorge & Mateus trilhou uma história incrível de uns anos para cá. Victor & Leo também. Cada um da sua maneira”, destaca. “Sinto falta do rock nacional. Ouço muita rádio e queria ouvir mais rock brasileiro”.
A voz característica de Daniel virou alvo até de imitações dos artistas mais novos. “Já vi o Gusttavo Lima me imitando. É muito igual. O Cristiano Araújo também me imitava. Eu achava o máximo”. Sobre a morte de Cristiano Araújo, Daniel contou que entende perfeitamente a dor dos fãs. “Quando perdemos o João Paulo (em 1997), também em um acidente de carro, foi um baque muito grande e até hoje eu sinto falta dele. Não consigo imaginar a dor dos fãs e da família do Cris. Ele estava trilhando uma carreira muito bonita”.
A morte do artista, segundo Daniel, evidenciou o preconceito que existe contra o sertanejo. “Se eu dissesse que não existe preconceito, eu estaria mentindo. Quando você se identifica com uma canção, você deveria ouvir sem preconceito”.