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Riscos de doenças cardiovasculares aumentam 30% em períodos mais frios
Em períodos mais frios é preciso redobrar a atenção com as doenças cardíacas. Segundo o médico cardiologista e diretor do Instituto do Coração do Hospital Med Center, Júlio César Borges, dados comprovados cientificamente apontam um aumento de 30% nos riscos de doenças cardiovasculares, principalmente o infarto, uma vez que, em condições de temperaturas mais baixas, o coração tende a trabalhar de modo mais intenso.
De acordo com os dados do DataSUS, mencionados pelo cardiologista, em 2018 houve 357.770 óbitos devido a doenças cardiovasculares (infarto, AVC, embolia pulmonar), o equivalente a uma média de 980 óbitos por dia a nível Brasil. “É um óbito praticamente a cada 2min”, ressaltou o médico.
Pré-disposições para doenças cardíacas
Júlio César fez um alerta para os sinais de pré-disposição às cardiopatias, “deve-se considerar a questão da idade, tabagismo, sedentarismo, obesidade, diabete, dislipidemia (elevação do colesterol), hipertensão e principalmente aqueles que têm história familiar, pai, mãe, parentes de primeiro grau que tem história de morte súbita ou história de doença cardiovascular. Principalmente estes pacientes tem que tomar um cuidado especial”, afirmou o cardiologista.
Sinais que podem indicar infarto
O especialista explicou que alguns sinais podem indicar o início de infarto, por isso as pessoas devem estar atentas e não hesitarem em procurar atendimento médico. “Exceto a morte súbita, que vem de uma hora para outra, geralmente o paciente apresenta sinais que podem indicar o início da doença. Dores no peito, quando faz um esforço a dor aperta, a dor fica mais intensa, vai para o braço esquerdo, para as costas, pode dar falta de ar, vontade de vomitar. Uma dor no peito que começou a ficar prolongada tem que procurar atendimento. Quanto mais rápido o atendimento, menos risco de comprometer o coração e de provocar outras doenças como insuficiência cardíaca, arritmia maligna, ou até mesmo falecer. Quanto maior o tempo, maior a quantidade de músculo cardíaco que perde”, esclareceu o médico.
Cuidados para se exercitar em dias mais frios
Segundo o cardiologista, todas as pessoas, de modo geral, e principalmente pacientes cardiopatas, devem praticar atividade física regularmente. Tais exercícios melhoram o condicionamento cardíaco e diminuem os níveis glicêmicos. Apesar do aumento do risco das doenças cardiovasculares em períodos mais frios, não é necessário encerrar a prática das atividades, basta se atentar aos cuidados.
“Em tempos frios, não é ficar sem fazer as atividades, é fazer um aquecimento prévio, usar um agasalho, à medida que começar a transpirar, quando começar a sentir calor tira o agasalho. É importante, sempre antes de começar a desenvolver uma atividade física, fazer sua avaliação, para ver como está o coração, principalmente pacientes de risco ou aqueles que têm história familiar”.
Alertas durante pandemia
Júlio César ressaltou ainda que, neste momento de pandemia, muitos pacientes têm ficado em casa, mesmo apresentando sintomas de infarto. Pessoas que sentem dor no peito de uma a três semanas e não procuram atendimento médico, por isso muitas vezes, quando chegam ao hospital já estão infartados. Apesar do vírus que circula, é preciso se atentar a outras doenças que não param. “Todos correm o risco de pegar o coronavírus, no caso do cardiopata, ele tem que estar com a parte cardiovascular compensada, porque se ele pegar o vírus deve estar com o coração forte. Temos que tomar os devidos cuidados, máscara, higienização das mãos, distanciamento, mas se está passando mal tem que procurar o hospital”, concluiu o cardiologista.
Reportagem: José Antonio/ Difusora 95
Texto: Cristiane Andrade/ Grupo Difusora